“Fazer Maracatu na universidade é mostrar que nossa ancestralidade persiste”, diz Alexandra Alencar em apresentação na UFSC

IARA ROCHA

O grupo cultural Maracatu Arrasta Ilha se apresentou durante a programação da 8ª edição do Experimenta – Florescer a Primavera na segunda-feira, 18. A apresentação, organizada pela Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArtE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ocorreu no campus Trindade, em Florianópolis.

Maracatu é uma manifestação do folclore brasileiro negro, existente há mais de 300 anos. Dança, música e espiritualidade são elementos da prática cultural, original de Pernambuco. O Maracatu Arrasta Ilha de Florianópolis foi criado em 2002, e conta com 20 a 25 integrantes. No Experimenta, 17 integrantes participaram.

Alexandra Alencar, líder do grupo e professora do departamento de Antropologia da UFSC, afirma que a prática pernambucana em espaços universitários contribui para a conscientização da violência negra. “O público entende que a nossa cultura vem de um processo histórico violentado, mas que persistiu graças às suas resistências diárias”, e complementa, “É importante que ocorra uma descolonização do pensamento”.

Maracatu Arrasta Ilha faz parte do projeto de extensão Coletivo Afro-Floripa da UFSC. Os grupos Abayomi e Ginga Erê Capoeira também fazem parte do Coletivo. Aulas e reuniões do projeto são realizadas no Centro de Convivência da UFSC há mais de 20 anos. O Experimenta é uma amostra anual das ações artísticas realizadas nos projetos de extensão da UFSC.

Eliane Debus, secretária da SeCArtE, conta que “o evento é realizado para aproximar a comunidade e expor a diversidade de culturas em ação na universidade”. Durante a 8ª edição, as exposições ocorrem de 18 a 24 de setembro nos campi de Florianópolis, Curitibanos e Blumenau.