Funcionários públicos de Florianópolis entram em greve

Com todos os votos a favor, assembleia aprovou a paralisação na última terça-feira (30) na praça Tancredo Neves, no Centro

LARA APOLINÁRIO

Valorização salarial, resistência à privatização e deliberação da greve foram as principais pautas da assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Florianópolis (Sintrasem), na última terça-feira (30). Mais de 4 mil pessoas presenciaram o ato que ocorreu na praça Tancredo Neves, no Centro.

As categorias de servidores públicos estavam representados na assembleia, que buscava avaliar a proposta da Prefeitura Municipal de Florianópolis diante das reivindicações dos trabalhadores, a chamada Data-Base 2023 com mais de 48 cláusulas. Os principais pontos defendidos são o cumprimento dos planos de carreira – que garantem a estabilidade no emprego -, manutenção da previdência pública e solidária e a valorização salarial. 

Outro ponto destacado pelos sindicalistas é sobre a implantação de organizações sociais (O.S.), empresas privadas que podem realizar atividades de interesse público. Atualmente, Florianópolis só tem uma O.S. que atua na UPA Continente, no bairro Jardim Atlântico. A prefeitura propôs implantar mais três. Segundo o Sintrasem, essa ação precariza e sucatea o serviço público de qualidade, além de desvalorizar os servidores concursados.

Diante da proposta da prefeitura considerada insuficiente pelo sindicato, os sindicalistas aprovaram a paralisação geral dos funcionários públicos municipais, que afetará 124 escolas municipais e 37 centros de saúde.

Marcos Bueno, diretor do Sintrasem, afirma que os servidores têm sofrido uma desvalorização, agravada pela pandemia. Ele destaca que o setor da saúde e da assistência social tem valores do plano de carreira a receber, mas a prefeitura insiste em parcelar e não pagar.


“A gente tem uma luta grande, que começa na nossa valorização salarial”, diz Marcos. A estimativa, segundo o sindicato, é que a adesão fique em torno de 80% do total dos funcionários públicos da capital.


Após a assembleia, os sindicalistas saíram em passeata da praça Tancredo Neves até o gabinete de administração da prefeitura. Lá foi feita a entrega de um ofício declarando o estado de greve e a exigência de uma mesa de negociação para resolver o impasse.

Em postagens nas redes sociais, a prefeitura divulgou que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) determinou a ilegalidade da greve e autorizou descontos nos salários daqueles que aderiram ao movimento. 

Uma audiência de negociação foi solicitada pelo sindicato à Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ontem, segunda-feira (05). A prefeitura encaminhou um ofício ao MTE informando que não iria participar. “Topázio autoritário diz que quer negociar, mas falta à mesa”, declarou Sintrasem em redes sociais.

A greve continua por tempo indeterminado sem nenhuma data para novas negociações. Procurada pelo O Fatual, a prefeitura não retornou o contato

Publicar comentário