Peça de teatro da UFSC critica marginalização e racismo em Florianópolis
Coletivo de pessoas pretas traz periferia em espetáculo infantil
FELIPE PAZE
A peça Percursos – o último voo de um menino narra a história de um menino sem nome, que com sua pipa mágica voa pelos morros de Florianópolis, até precisar descer para o mundo abaixo. O espetáculo, interpretado pelo Poeira Grupo de Teatro, critica o racismo estrutural, a violência policial e a relação do turismo da “ilha da magia” com o apagamento da periferia da Capital. A peça foi apresentada no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no sábado (12).
O espetáculo faz parte do cronograma da 16ª Semana Municipal do Livro Infantil, uma colaboração entre a Prefeitura de Florianópolis, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e a Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArtE), para aproximar as crianças da literatura.

Thais Lima, produtora cultural do grupo, afirma a necessidade de contar as histórias apagadas das favelas de Floripa. “Temos histórias que merecem ser contadas, o morro resiste e o morro pode estar em qualquer lugar que o morro quiser”, diz.
A professora Eliane Debus, secretária da SeCArtE, enfatiza a importância da diversidade na cena teatral catarinense para o público infantil. “Essa peça é escrita e encenada por pessoas pretas, como meio de mostrar a pluralidade da arte para nossas crianças e como o texto de teatro também é literatura”, diz.
Percursos – o último voo de um menino é apresentado pelos atores Luan Telles, Nathan Severino e Gabriel O’Rosa. Também foram arrecadados materiais de higiene pessoal para o projeto Arte de Doar – Programa Novos Caminhos como ingresso solidário para o espetáculo.

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