Instituição se movimenta para bancar torneios e integrar estudantes indígenas dentro da Universidade

IAGO CARVALHO

A Atlética Indígena da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) irá se tornar uma associação cultural e social. Os intuitos da mudança são participar do InterAtléticas 2024, maior torneio de atléticas da Universidade, garantir estabilidade financeira para o grupo e promover integração entre os estudantes indígenas na UFSC.

“A única questão que falta é o dinheiro para o registro no cartório. Com a associação, conseguimos captar recursos que nos possibilitam participar de torneios grandes”, diz Tschucambang Ndili, um dos fundadores da atlética.

Segundo o diretor da atlética, Ariclenes Covi, a motivação veio após a participação no InterAtléticas 2023 ser negada. “Estávamos certos que jogaríamos, mas, chegando, lá vimos que o [aspecto] financeiro seria um desafio. Qualquer imprevisto previa multa, além das taxas elevadas”, explica Covi.

Os torneios e amistosos anteriores que a atlética participou foram custeados pelos próprios estudantes, o que levou ao cancelamento de alguns compromissos devido a falta de dinheiro.

“As metas para esse ano são: virar uma associação, garantir saúde financeira e tentar participar do InterAtléticas. Queremos manter a representatividade indígena na UFSC, mostrar que também estamos aqui”, complementa Tschucambang.

A Atlética Indígena da UFSC

Com o intuito de integrar os estudantes indígenas da UFSC e montar um time de futebol, a Atlética Indigena foi criada em 4 de dezembro de 2017. A ideia inicial era formar uma rede dentro da Universidade, mas que tivesse participação de indígenas de toda Santa Catarina. No segundo semestre de 2018, após a chegada de novos estudantes indígenas, a atlética viu a necessidade de uma profissionalização. 

“No começo éramos somente um time. A partir de 2018, começamos a participar de torneios fora da UFSC, integrando indígenas da região metropolitana”, relata Tschucambang. Em 2023, a atlética participou pela primeira vez de um campeonato da UFSC, na Copa CFH. O time foi formado totalmente por estudantes indígenas, naquele momento, um fato inédito dentro da Universidade.