Em nova reunião, professores e governo não chegam a acordo sobre fim da greve

Na UFSC, docentes votarão continuidade ou suspensão da greve amanhã (4)

VINÍCIUS GRATON

O governo federal manteve a proposta apresentada em 15 de maio pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e não chegou a um acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) para encerrer a greve dos professores das universidades federais em nova mesa de negociação realizada nesta segunda-feira (3) em Brasília (DF).

Não há data para uma nova reunião. O governo afirma que seguirá com o debate apenas quando uma nova proposta for apresentada.

Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os professores decidirão pela continuidade ou suspensão da greve em Assembleia Permanente de Greve Docente nesta terça-feira (4), no auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos do campus Trindade, em Florianópolis.

A proposta apresentada pelos sindicatos previa um reajuste de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. Em resposta, o governo afirmou novamente que não há possibilidade para acréscimo salarial ainda neste ano. 

A União reapresentou os 9% em 2025 e 3,5% em 2026, oferecidos pelo MGI na 5ª Mesa Específica e Temporária do Magistério Federal, em 15 de maio – valores originalmente acordados com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes).

O acordo entre governo e Proifes para encerrar a greve nacional dos docentes, assinado em 27 de maio, foi anulado judicialmente pela 3ª Vara Federal de Sergipe dois dias depois (29), após ação movida pelo Andes

O juiz Edmilson da Silva Pimenta justificou que um acordo firmado individualmente com o Proifes pode prejudicar “direitos pleiteados pelo movimento paredista dos docentes que não são representados pela referida entidade, os quais sofrerão prejuízos em relação aos seus interesses e à busca pelos direitos reivindicados durante a greve”.

Durante a tarde, as categorias em greve realizaram o Ato Unificado em Defesa da Educação Pública, com objetivo de pressionar a União a assinar um novo acordo. Servidores federais de todo o Brasil participaram do ato em seus respectivos estados.

Os Comandos Nacionais de Greve do Andes e do Sinasefe realizam, nesta noite (3), uma “Vigília pela reabertura das negociações” em frente ao MGI, reivindicando o agendamento de uma nova mesa.

Representantes do Andes e Sinasefe em coletiva de imprensa em Brasília. Foto: Reprodução/Brasil de Fato

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