Região Sudeste sedia Copa Brasil de Xadrez para Deficientes Visuais
Circuito realizado em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, conta com 61 enxadristas
RENAN RIBEIRO
A etapa Sudeste da Copa Brasil de Xadrez para Deficientes Visuais 2024 acontece em Mogi Guaçu (SP) dos dias 24 a 26 de maio no Hotel Comfort, em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer do município. É a maior da história do Brasil com 61 jogadores de diversos estados. O torneio é o principal entre os campeonatos nacionais exclusivos para pessoas com baixa visão, cegueira parcial ou total, registrados na Federação Brasileira de Xadrez para Deficientes Visuais (FBXDV).
O campeonato é dividido em cinco fases classificatórias realizadas nas regiões Centro-Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e a final em Brasília (DF). A Copa Brasil existe desde 1978, mas os registros começaram em 2000. O objetivo é estimular a inclusão das pessoas com deficiência visual através do esporte.
A presidente da FBXDV e atual campeã brasileira, Márcia Maria Dias Lopes, afirmou na abertura da competição a importância do circuito para a acessibilidade de pessoas com deficiência visual no mundo esportivo. “Levar o xadrez para onde as pessoas estão trabalhando e movimentando ele em várias regiões do Brasil”, declara.
O técnico Wendel Rodrigo de Assis é um dos realizadores do evento. “Tive que pensar no bem-estar de todos, para que se sentissem à vontade para participar”, diz. Assis ministra aulas para deficientes visuais há dois anos e dos 14 alunos, oito estão participando da Copa Brasil. “O xadrez desenvolve habilidades que utilizamos não somente no tabuleiro mas também no ambiente social, acadêmico e profissional”, conclui.
Segundo o diretor técnico da FBXDV, Vinicius de Andrade Ricieri, a federação já realizou competições online. “Também coordenamos os sub torneios, mas a nossa realização é a Copa Brasil”, afirma. Vinicius é bicampeão brasileiro e pan-americano na modalidade.
O campeonato conta com a presença de enxadristas de diferentes idades. A ex-professora Gercília Catarina Bastreghi (60) começou a jogar na pandemia e gosta de dar aulas sobre o esporte. Ela destaca sobre a etapa de Mogi Guaçu que “a organização está maravilhosa”.
Gercília faz parte do grupo Mulheres Enxadristas Deficientes Visuais do Brasil, o qual organiza o primeiro campeonato de xadrez feminino para deficientes visuais. “Estamos promovendo esse torneio para as mulheres que não conseguem se inserir no xadrez, utilizando o esporte como instrumento de inclusãol”, diz.
Luiz Eduardo Dornelas (17) iniciou sua aprendizagem no xadrez aos dez anos. Em 2017, participou pela primeira vez da Copa Brasil. Ele ressalta que o circuito é um espaço de trocas entre iniciantes e enxadristas experientes.
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