Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental adere greve estudantil da UFSC

Entre 13 cursos do CTC, apenas dois aprovaram o movimento

ISADORA PAVEI, LÍVIA GOULART E MARIA EDUARDA VIERIA

Os alunos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovaram a greve estudantil na quarta-feira (15). A decisão foi tomada em assembleia no hall do Bloco B do Centro Tecnológico (CTC), com 33 votos favoráveis e uma abstenção. A paralisação terá início em 22 de maio.

Dentro do Centro, que inclui 13 cursos, apenas a Engenharia Química e de Alimentos e Engenharia Sanitária e Ambiental aderiram à greve estudantil deflagrada, terça-feira (14), pelo Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos (DCE). Para discutir a atual situação do Centro, foi realizada uma roda de conversa com os acadêmicos, que contou com a presença de 30 alunos, dos, aproximadamente, 6 mil matriculados no CTC.

Os universitários alegam ter receio de participar do movimento grevista, uma vez que os professores continuam a dar aulas, apesar da categoria docente estar em greve desde 7 de maio. A estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental Júlia do Carmo relata que, como historicamente os cursos de engenharia nunca entram em greve, a adesão da Engenharia Química e de Alimentos e Engenharia Sanitária e Ambiental é marcante. 

O Centro Acadêmico Livre de Engenharia Sanitária e Ambiental (CALESA) debateu sobre as pautas de reajuste orçamentário, que envolvem os valores de bolsas científicas e de permanência. A representante do CALESA, Naomi Lahana, critica que “só com o atual valor da bolsa é difícil se manter em uma capital tão cara como Florianópolis”.

Numa tentativa de dialogar com outros cursos, foi formado um comando de greve estudantil para organizar o movimento. Segundo Naomi, o índice de participação dos discentes ainda é baixo e as conversas são realizadas para mudar este cenário.


“Os cursos do CTC são isolados e elitizados, mas é preciso mostrar que podem reivindicar seus direitos”, acrescenta.


Participação do DCE

O DCE esteve presente na assembleia para esclarecer dúvidas referentes à possíveis perdas por adesão à paralisação. O representante do Diretório, Lucas Rigoli, assegura que a entidade encaminhou ofícios para a Pró-reitoria de Extensão (PROEX), a Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação (PROPESQ) e para o Departamento de Integração Acadêmica e Profissional (DIP), que propõem a permanência de bolsas para os alunos que aderirem à greve.

A resolução normativa N° 132/CUn/2019, de 10 de outubro de 2019, garante a reposição do calendário acadêmico e desconsidera as frequências e avaliações em decorrência da paralisação estudantil.

Acadêmicos de Engenharia Sanitária e Ambiental votam a favor da greve estudantil na UFSC. Foto: Isadora Pavei

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