Até o final do programa 2.060 mudas de plantas nativas da Mata Atlântica serão plantadas

MARIA CLARA DE FARIAS

O projeto que deixará a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ainda mais verde teve início na manhã de 29 de maio. O Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas do Campus Trindade (PRAD-TRI), junto à Semana do Meio Ambiente da UFSC e com o apoio da Sala Verde, promoveu a plantação de 117 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. A ação aconteceu em frente à Moradia Indígena da UFSC e foi realizada por cerca de 30 pessoas da comunidade universitária e externa.

O PRAD-TRI é um projeto criado como parte do cumprimento de uma sentença judicial estadual efetuada em 2014 que condena a UFSC à “recomposição de danos ambientais”, causados a partir da expansão da universidade em áreas onde predominava a Mata Atlântica. Ele consiste na análise de água dos córregos, instalação de saneamento sanitário, propostas de educação ambiental e recuperação da mata degradada, em um período de até três anos no campus. A Coordenadoria de Gestão Ambiental (CGA) e a Prefeitura Universitária (PU) são os desenvolvedores dessa ação, que teve implementação em maio deste ano.

A previsão é de que até o final do projeto mais de 2 mil mudas nativas sejam plantadas em áreas de córregos em todo o campus. Neste primeiro plantio, as mudas foram fornecidas por voluntários e pela Força Nacional Ambiental (Fornam).

Alisson Castro, biólogo e servidor da Gestão Ambiental da UFSC, explica que devido a má qualidade do solo da primeira área do projeto, foi necessário utilizar a técnica de nucleação, que consiste na escolha de espécies específicas que protegem umas às outras e favorecem o seu crescimento. No primeiro dia foram plantados nove núcleos, cada um com 13 mudas, somando 117 plantas.

Entre as árvores plantadas estão o olandi, o araçá vermelho, a baga de macaco e a pitangueira, naturais da Mata Atlântica. Antes do plantio das espécies nativas, foram removidas cinco árvores exóticas invasoras: dois cinamomos, duas uvas do Japão e uma amoreira. A ação contou com a participação do Reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza. “Precisamos pagar nossa dívida com a natureza”, defendeu.

Além de contribuir com o meio ambiente, a atividade também beneficiou os voluntários do projeto que ajudaram no plantio de árvores. “Foi muito divertido botar a mão na terra e ver que essa árvore pequenininha vai crescer muito ainda”, relatou o graduando em Biologia Mateus Ramos.

Os mutirões de plantio em áreas de córrego da universidade continuarão no próximo semestre, de acordo com a servidora da Sala Verde UFSC Chirle Ferreira. As atividades serão notificadas na página da Sala Verde no link e pelo perfil @salaverde.ufsc no Instagram.