Locação residencial na capital catarinense é a terceira mais cara do Brasil e está na média de R$ 43,84 por m²

ISABELLE FUDAL

Córrego Grande, Saco dos Limões e Trindade, bairros que compõem o entorno da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estão nas primeiras posições de locais com moradias mais caros para se alugar por metro quadrado em Florianópolis, segundo pesquisa Índice FipeZap+ de Locação Residencial divulgada na terça-feira, 18 de abril.

O estudo levou em consideração os anúncios de residências para locação com até 200 metros quadrados dos portais de imóveis ZAP +, OLX e Viva Real em março de 2023. A lista publicada possui dez bairros. São eles o Córrego Grande (R$ 46,4 por m²), Centro (R$ 46 por m²), Saco dos Limões (R$ 45,4 por m²), Trindade (R$ 45,2 por m²), Agronômica (R$ 43,8 por m²), Itacorubi (R$ 43,6 por m²), Ingleses do Rio Vermelho (R$ 37,1 por m²), Estreito (R$ 36,4 por m²), Coqueiros (R$ 33,6 por m²) e Capoeiras (R$ 32 por m²).

Para o professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC, Helberte João Almeida, os bairros universitários estão no topo da lista porque há baixo oferecimento de residências diante da alta demanda dos universitários. “A oferta desses lugares em um curto período de tempo é inelástica, ou seja, você não constrói da noite para o dia apartamentos para acompanhar a demanda, o que causa reflexos nos preços”, diz o economista.

Outros fatores que encarecem a área, na visão da corretora de imóveis Alice Gonçalves, são os variados comércios, a construção de novos prédios no entorno da Universidade, a presença da natureza e a possibilidade de um rápido deslocamento, em especial do Córrego Grande, até diferentes áreas da cidade. “Ali tem uma facilidade de vazão. Se eu quero ir para a Lagoa, Norte da Ilha ou Centro, eu consigo”, exemplifica Alice.

Há dois anos, a estudante Ana Maria Oliveira é moradora do Córrego Grande e divide com outras duas pessoas as despesas de um apartamento mobiliado de três quartos. Com o último reajuste anual de R$ 300, o aluguel da residência de 100 metros quadrados passou a ser aproximadamente três mil reais por mês, fora os gastos adicionais como condomínio, luz e internet, que custam em média mil reais para o apartamento. “Está absurdamente caro e aumentou muito desde quando vim morar aqui. Mesmo tendo o auxílio dos meus pais e a bolsa de estágio, ainda é alto o preço para viver na região”, enfatiza Ana.