Festival Paralímpico reúne 180 jovens em celebração ao esporte inclusivo em Florianópolis

Modalidades adaptadas e paradanças promoveram a convivência entre pessoas com e sem deficiência

LUIZ CUCCO

Cento e oitenta crianças e jovens de até 23 anos se reuniram para celebrar o esporte inclusivo na manhã de sábado (14), em Florianópolis. O encontro marcou a primeira edição de 2025 do Festival Paralímpico Brasileiro na capital, realizada no Centro de Desportos da Universidade  Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC).

O festival é um evento nacional, promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro em 154  cidades. Em Florianópolis, a cerimônia de abertura contou com apresentações de dança  inclusiva da Fundação Catarinense de Esporte Especial (FCEE) e de paradança pela Associação Catarinense de Esportes Adaptados (Acesa).

Houve também apresentação de paraskate pela Associação Brasileira de Paraskateboard  (ABPSK). Embora não seja uma modalidade paralímpica, o esporte foi incluído por gerar  interesse do público, explica a coordenação. Nos ginásios e na pista de atletismo, ocorreram  oficinas de badminton, goalball e tiro com arco adaptado. A próxima edição será em 20 de setembro. 

O festival traz visibilidade à arte e ao esporte adaptado, avalia a professora de paradança Alexia Lohayne Silva. “Para mim, o momento de convivência ajuda a combater o pensamento da sociedade que limita as capacidades da pessoa com deficiência”, afirma.

O grupo de paradança da Acesa faz parte do projeto de extensão de dança em cadeiras  de rodas do CDS/UFSC. As aulas iniciaram em maio deste ano e atualmente possuem 14 integrantes, sendo seis Pessoas com Deficiência (PcD). A paradança é um esporte artístico com  diferentes modalidades. As competições podem ser no estilo combinado (um parceiro cadeirante  e outro andante), em dupla (dois cadeirantes) ou em grupo.

A paratleta Andréa Arêas frequenta há dois meses as atividades esportivas da UFSC.  Com uma Lesão Degenerativa na Medula, ela iniciou no esporte há mais de 20 anos na natação paradesportiva, passou pelo parasurf e hoje vê na paradança uma nova oportunidade. O objetivo, segundo ela, é “continuar a aprender e desmistificar o que a sociedade tenta impor para pessoas  com deficiência”, diz.

Para Andréa, a importância do evento está no alcance às crianças, pois através do esporte elas entendem a inclusão e no futuro podem construir uma sociedade menos preconceituosa. A paratleta acrescenta que, independentemente da fase da vida, “o chamado é para incluir, sem slogan de superação”, finaliza.

O assistente administrativo Altair de Oliveira sofreu amputação na perna abaixo do joelho após um acidente de trânsito em 2014. Ao buscar encaminhamento para uma prótese, conheceu a Associação Florianopolitana de Deficientes (Aflodef). Ali começou a participar das atividades. “Não era ali que fazia o encaminhamento, mas conheci a Carla. Ela me apresentou o local e me convidou para fazer atletismo e natação no Cefid (Centro de Ciências da Saúde e do  Esporte). Depois que vim para a UFSC, descobri o handebol e agora a paradança. O ambiente é acolhedor e faz bem estar aqui”, fala.

Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia  e Estatística (IBGE), o Brasil possui 14,4 milhões de PcDs. O número representa 7,3% da população com mais de dois anos. Em Florianópolis, são aproximadamente 29.546 pessoas, número correspondente a 5,5% dos moradores da capital.

Cerimônia de abertura no ginásio 1 do CDS/UFSC. Cerca de 35 inscritos não possuem deficiência. Foto: Luiz Cucco

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