Ato contra prédio de 7 andares na praia da Armação paralisa SC-406
Manifestação de cerca de 400 moradores ocupou rodovia Francisco Thomaz dos Santos
OLÍVIA GELEILETE
O Fórum Popular do Distrito do Pântano do Sul realizou no sábado (7) um ato contra o projeto da construtora Atalantaya, de construir um prédio de sete pavimentos na praia da Armação, no sul de Florianópolis. “A praia não tem estrutura para receber essa construção”, afirma a integrante do fórum popular Zoraia Vargas.
A comercialização do empreendimento começou a ser divulgada nas redes sociais e em sites de compra e venda há cerca de dois meses, quando o fórum tomou conhecimento do projeto. Zoraia conta que a divulgação aconteceu antes da empresa retirar o alvará. De acordo com o diretor comercial da Atalantaya, Carlos Caiado, a construção do imóvel não iniciará sem o documento.

Antes de organizarem o ato, o fórum realizou diversas reuniões abertas à comunidade, com o intuito de expor a situação, e criou um abaixo-assinado contra a construção do prédio, que possui mais de 6,9 mil assinaturas.
O esgoto gerados pelo edifício, após passar por tratamento terciário, será lançado no Rio Sangradouro; rio que já possui sua vazão comprometida devido à retirada de água da Lagoa do Peri, para abastecimento urbano.
A Prefeitura Municipal de Florianópolis, através da Vigilância Sanitária, permite o lançamento de efluentes de esgoto, com tratamento terciário, na drenagem pluvial, contanto que os padrões pré definidos pela prefeitura sejam seguidos. Carlos Caiado, afirmou que o empreendimento possuirá estação de tratamento próprio, e que seguirá todas as normas legais. “O esgoto não será jogado diretamente no rio. Graças ao tratamento terciário, a água vai sair transparente”.
“O saneamento básico do bairro já possui problemas, o lançamento de mais efluentes nos rios da região só vai piorar a situação”, alertou a moradora da região e integrante do fórum popular Izis Pereira. De acordo com Izis, o Rio Sangradouro não tem capacidade para diluir os efluentes de esgoto que o novo prédio gerará.

O plano diretor vigente define que edifícios com até cinco pavimentos podem ser construídos no zoneamento escolhido para o projeto, graças às Áreas de Desenvolvimento Incentivado (ADI), explicou o arquiteto analista de projetos da Prefeitura Municipal, Vitor Viegas Rech. Contudo, o plano diretor não considera pilotis e mezaninos pavimentos, que segundo Carlos, existirão no prédio, confirmando a construção de sete andares na região.
Com início às 15h, o ato partiu da Rua Hermes Guedes da Fonseca, n° 555, endereço escolhido pela construtora Atalantaya para o empreendimento, e de lá os manifestantes caminharam até o centrinho da Armação, em frente à Igreja Santana e São Joaquim. No percurso, passaram pela Rodovia Francisco Thomaz dos Santos, a SC-406, que foi bloqueada com apoio de duas viaturas da polícia militar.

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