Exposição de trabalhos manuais recebe 60 mulheres em evento internacional na UFSC

Após sete anos sem encontros presenciais, seminário sobre gênero atrai de 6 mil visitantes 

ISADORA PAVEI

Trabalhos manuais feitos por mulheres foi o tema  da “Feira da Economia Feminista e Solidária”, vinculada a 13ª edição do Seminário Internacional Fazendo Gênero, sediado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus Trindade, em Florianópolis. Os produtos oferecidos na feira, que acontece de 29 de julho a 2 de agosto, são artesanais e com a temática do empoderamento feminino. Todo o valor arrecadado com as vendas é destinado às feirantes. 

As inscrições foram abertas para mulheres empreendedoras de qualquer local do país e, das 80 inscritas, 60 compareceram na exposição. De acordo com a organizadora Sueli Adriano, a diminuição de participantes ocorreu pela instabilidade do clima na cidade, mas o número pode aumentar até o encerramento do evento. 

A  visibilidade do empreendedorismo feminino é o objetivo principal da feira, com destaque para o de mulheres negras, indígenas e LGBTQIAPN+. Para Sueli, o espaço é essencial para “reconhecer as habilidades e independências das mulheres, principalmente daquelas que sustentam a família com a venda de trabalhos manuais”. 

Lucia Makena, de São Paulo, participa da feira pela segunda vez e confecciona bonecas de pano negras, com estampas de chita e representações de religiões de matrizes africanas.


“Quando eu estou aqui, com essas bonecas, estou trazendo a cultura negra e provocando a discussão étnico-racial”, afirma Luciana.


Acessórios, roupas, cerâmica, objetos de materiais recicláveis e gastronomia são alguns dos produtos e serviços vendidos. Segundo as feirantes, feitos através de uma produção consciente e sustentável.

A feira reforça o eixo da sustentabilidade, um dos temas centrais desta edição do seminário, que tem como título “Contra o fim do mundo: anticolonialismo, antifascismo e justiça climática”. Em 2024, o congresso completa 30 anos e realiza o primeiro encontro presencial pós pandemia do Covid-19.  O último aconteceu em 2017.

Durante o evento, a UFSC recebe mais de 6 mil visitantes. Ana Rita, de Porto Alegre, vende oráculos e jogos de autoconhecimento feitos à mão. Ela vê a feira no espaço universitário como uma maneira de ampliar a discussão sobre gênero.


“A diversidade de mulheres nesse ambiente é fundamental para a troca de saberes e experiências, que inspiram mudanças na sociedade”, diz Ana.


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