“Uma das hipóteses aceitas para migração é que águas tempestuosas da Antártida ofereceriam muitas dificuldades a bebês recém-nascidos”, afirma especialista

ÍSA MORIMOTO

Começou, no início do mês de julho, o período de aparições de baleias-franca no litoral catarinense. Os mamíferos podem ser avistados de vários pontos do estado, como Imbituba, Laguna, Garopaba e Florianópolis entre julho e setembro. Na ilha de Santa Catarina, um dos pontos de maior observação é a região sul.

Segundo o professor Paulo César Simões-Lopes, biólogo do Laboratório de Mamíferos Aquáticos da UFSC, as baleias-francas fazem migrações anuais, das águas frias no entorno das Ilhas Georgia do Sul ou Península Antártica até o continente sul-americano, onde acasalam, têm bebês e os amamentam. “Lá, elas estão se alimentando de pequenos crustáceos, como o krill durante os meses de verão e, aqui, elas chegam no inverno e permanecem na primavera para o acasalamento”, explica.

Anualmente, o turismo de baleias, ou whale watching, arrecada cerca de US$2 bilhões em todo o mundo, segundo o Instituto Australis. O movimento impulsiona o comércio local, movimentando hotéis, restaurantes e atividades de turismo marítimo. 

Juliana Izoppo, dona de um restaurante na praia do Morro das Pedras, em Florianópolis, afirma  ter aumento considerável no comércio por conta da temporada.“Com a chegada das baleias, aumenta a circulação de pessoas na rodovia, e sempre tem um ou outro que senta para tomar um suco ou uma cerveja”, diz.