Adesão à greve é parcial no campus Araranguá da UFSC

Dos cinco cursos do campus, apenas Fisioterapia e Medicina aderiram ao movimento

ISADORA PAVEI

Nenhum curso do campus Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aderiu integralmente à greve estudantil, deflagrada pelo Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos (DCE), em 14 de maio, no campus Trindade, em Florianópolis. Dos cursos de Engenharia de Computação, Engenharia de Energia, Fisioterapia, Medicina e Tecnologias da Informação e Comunicação, apenas algumas turmas de Fisioterapia e Medicina estão paralisadas.

O Centro Acadêmico Livre de Fisioterapia (Calfisio) organizou uma assembleia unificada para discutir o cenário da greve na Universidade nesta terça-feira (21). A reunião, realizada no hall do prédio, contou com a presença de estudantes, docentes e técnico-administrativos em educação (TAEs).

A precariedade na infraestrutura do campus e o reajuste orçamentário das bolsas de permanência estudantil foram pautas da reunião. Para a presidente do Calfisio, Glória Maria Marcon, é necessário conscientizar os estudantes sobre a necessidade de lutar pelo espaço da universidade pública.


“A greve precisa acontecer agora. Não há condições de estudar em um laboratório que chove dentro”, disse. 


Os alunos alegam ter receio de aderir à greve, pois os professores continuam a dar aulas, mesmo com paralisação da categoria em 7 de maio. “Enquanto os alunos estiverem com medo, não vamos paralisar”, explica a presidente do Centro Acadêmico Livre de Tecnologias da Informação e Comunicação (Caltic), Luiza Carolina Garcia.

Apenas a 4° fase do Curso de Fisioterapia teve adesão total dos docentes à greve. As aulas das duas turmas das fases mais avançadas, 9° e 10°, continuam normalmente. O Fatual contatou a coordenação do Curso de Medicina sobre a quantidade de turmas paralisadas, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

De acordo com o presidente do Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Energia (Caene), Bruno Klein, foi realizado um levantamento e 65% dos 78 alunos – de 217 do curso – que responderam são desfavoráveis à greve. “A Engenharia não se envolve, pois falta transparência nos argumentos favoráveis ao movimento grevista”, diz. 

Representantes dos TAEs, em greve desde 11 de março, estiveram na assembleia para esclarecer dúvidas sobre a paralisação. Para a TAE e assistente social Vitória Miranda, as pautas de cada categoria se entrelaçam, uma vez que “lutar pela nossa carreira é também lutar pelos estudantes, pois nosso trabalho envolve permanência na universidade”. 

Segundo os universitários, uma nova assembleia – ainda sem data definida – será realizada para votar a greve estudantil no campus.

Estudantes, professores e TAEs em assembleia unificada no campus Araranguá da UFSC. Foto: Isadora Pavei

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