Marina Silva vem a Florianópolis apoiar candidatura de Marquito à prefeitura

Ministra defendeu frente ampla de esquerda para levar pré-candidato a segundo turno

MAITÊ SILVEIRA

“O poder tem que gerar compromisso, engajamento e confiança”, discursou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, na assembleia de apoio à pré-candidatura de Marquito (PSOL) à prefeitura de Florianópolis. 

O evento ocorreu no sábado (20) e foi organizado pelo PSOL junto à Rede Sustentabilidade, partido de Marina. Marquito, atualmente deputado estadual, e a ministra discutiram a importância das políticas de preservação do meio ambiente para o município, em especial nas campanhas eleitorais. Com capacidade para 277 pessoas, o auditório do Castelmar Hotel, no Centro de Florianópolis, ficou lotado. 

Marcos José de Abreu, o Marquito, foi eleito vereador de Florianópolis por dois mandatos, em 2016 e 2020, e deputado estadual em 2022. Pré-candidato à prefeitura da capital desde setembro de 2023, ele criticou a atual gestão da cidade, do prefeito Topázio Neto (PSD). 


O deputado destacou a necessidade de uma frente que coloque a cidade “em outro rumo” e faça a inversão das prioridades. “Para ele [Topázio], a prioridade é gastar R$ 100 milhões em alargamento de praia, e não em casas populares”, disse ao público.


Marina reforçou a “frente” mencionada pelo pré-candidato, em um país que, segundo ela, está dividido entre democracia e autoritarismo. “Precisamos cultivar uma frente ampla de esquerda. Devemos nos unir para não comprometer o futuro democrático das próximas gerações”, afirmou na reunião.


Durante sua fala, a ministra relacionou política com meio ambiente. Para ela, a diversidade de pensamento, desde que respeite os direitos humanos, cria um ecossistema político saudável. “A democracia sobrevive em função da diversidade”, declarou.


Ambos também apontaram a falta de compromisso com políticas ambientais em nível regional e mencionaram a prisão de prefeitos acusados por corrupção na agenda do meio ambiente em Santa Catarina.

Entre 2022 e 2023, a Operação Mensageiro prendeu 16 prefeitos catarinenses por esquema de propinas na contratação de serviços de coleta de lixo. A investigação foi comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do estado (MP-SC).

Expectativas para a eleição

Marquito é um dos adversários da esquerda de Topázio Neto, que vai tentar a reeleição. Não há consenso sobre a frente ampla da esquerda, já que ao menos outros dois pré-candidatos poderão entrar na disputa: Vanderlei Lela (PT), ex-vereador da cidade, e Dário Berger (PSB), que foi prefeito da capital por dois mandatos, de 2005 a 2012.

Segundo o PSOL, o deputado tem 12% das intenções de voto atualmente. Até o momento, a única pesquisa eleitoral é do Instituto Paraná Pesquisas, de junho de 2023, em que Marquito tinha 6,1%. A frente de Marquito no levantamento estavam Topázio Neto que liderava, com 33,4%, seguido de Dário Berger, com 12,3%, e Pedrão Silvestre (PP), com 10,1%. Lela, que lançou pré-candidatura em outubro de 2023, não figura na pesquisa.

Os dados não estão registrados no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), pois não foram apurados em ano eleitoral.

Conforme a assessoria do deputado, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e a Unidade Popular (UP) já manifestaram apoio à pré-candidatura de Marquito. A assessoria também ressalta que o pré-candidato está aberto a negociações e promove um espaço de diálogo e construção da frente.

As eleições para prefeitos e vereadores vão ocorrer em todo o país em 6 de outubro, exceto no Distrito Federal e em Fernando de Noronha (PE). Nos municípios com mais de 200 mil eleitores, como Florianópolis, se um dos candidatos não obtiver mais de 50% dos votos haverá segundo turno em 27 de outubro. A data limite para registrar candidaturas é 15 de agosto.

Marina Silva e Marquito durante assembleia em que defenderam priorizar políticas de defesa do meio ambiente na gestão municipal. Foto: Maria Eduarda Vieira

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