Estudantes de Artes Cênicas da UFSC protestam contra a falta de água no bloco onde estudam

Alunos pedem instalação de nova estrutura para sustentar bombas de água do prédio. Enquanto isso aulas acontecem na reitoria da universidade

MARIA ISABEL MIRANDA

Estudantes de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promoveram uma série de aulas-ação no hall da Reitoria I, no campus Trindade, em Florianópolis, devido à falta de água no prédio onde estudam.

Desde a última terça-feira (2), alunos e professores ocuparam o local das 18h30min às 21h30min na tentativa de gerar visibilidade ao problema que afeta o bloco D do Centro de Comunicação e Expressão (CCE). As mobilizações foram abertas à comunidade estudantil e contaram com diversas atividades corporais, rodas de conversa acerca de temas artístico-teatrais e discussões sobre a situação hidráulica.

A aluna do curso e representante do centro acadêmico Brisa Marques afirma que desde o começo do ano o acesso à água nos banheiros e bebedouros do bloco é instável. Ela conta que no mês anterior a prefeitura da UFSC entrou em contato com a diretoria do CCE para que fosse feita uma obra paliativa no prédio, que deveria começar no dia 27 de abril.

As reparações, entretanto, não foram iniciadas na data prometida e uma semana depois, já em maio, os estudantes decidiram usar o espaço da Reitoria para denunciar esse atraso e também para usufruir da estrutura funcional do edifício, levando suas aulas até lá.

Marília Carbonari, professora do departamento de Artes Cênicas, explica que a carência de água afeta as condições de trabalho e ensino. “As salas que temos no prédio D são especiais para o nosso curso, com especificidades técnicas iguais a um laboratório”, diz a docente.

A construção possui oito andares, o que torna inviável a saída de alunos e professores durante o expediente para utilizar banheiros ou bebedouros de outros blocos. “A gente não queria estar tendo aula aqui na Reitoria, estamos sendo forçados a fazer isso porque não temos mais lugares adequados para lecionar”, retoma Marília.

Segundo o diretor do CCE, Fábio Luiz Lopes da Silva, a solução seria construir uma plataforma de concreto para levantar as bombas d’água, que atualmente estão posicionadas abaixo do nível adequado.

A prefeitura do Campus disponibilizou uma estrutura de madeira, mas faltam peças hidráulicas para a instalação, responsabilidade da equipe de manutenção hidráulica da UFSC. “Estamos falando de um prédio que atende centenas de pessoas, com equipamentos sofisticados. É uma loucura essa estrutura não funcionar porque não conseguem construir uma plataforma de um metro e meio de tijolo”, denuncia Fábio. O diretor disse não ter previsão de quando a nova estrutura será colocada. 

O Fatual entrou em contato com a prefeitura do campus, que preferiu não se manifestar. O espaço permanece aberto.

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