Estudantes da UFSC promovem apresentação gratuita de peça teatral

Com temática sobre isolamento e combate ao tédio, peça “Circulando” trouxe humor reflexivo ao público

MARIA VICTÓRIA SAMPAIO

Palhaçaria, isolamento social e técnicas para combater o tédio são as temáticas principais da peça teatral “Circulando”, produzida pelos atores e graduandos do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carla D’Ambroz e João Quinalha. A apresentação gratuita, com duração média de 40 minutos, ocorreu em 28 de abril, às 19h, no Teatro Carmen Fossari, localizado em Florianópolis, no bairro Trindade. O evento foi promovido pelo Departamento de Arte e Cultura (DAC) da UFSC.

Carla, que interpreta a protagonista da história, afirma que é seu primeiro papel solo na dramaturgia e que apesar de tratar de assuntos delicados, como o período pandêmico e a solidão, a abordagem da peça é feita de maneira leve e cômica.


“A palhaçaria é interessante, porque tem o poder de falar sobre as fragilidades e falhas humanas, enquanto diverte e traz reflexões para o público”, explica Carla.


Enquanto dialoga com os espectadores, em um misto de negação e desespero, a palhaça Tchuvis degusta chás, toca piano, aprende a fotografar e tem conversas com o seu rádio, numa tentativa de escapar da monotonia e do tédio proporcionados pelo isolamento social.

De acordo com a atriz, a peça foi desenvolvida para cumprir o papel de transmitir emoções diversas à plateia, como aflição, nostalgia e, ao mesmo tempo, alívio. “A peça remete ao momento da pandemia e traz sensações e memórias ruins desse tempo, mas também traz alívio e esperança por podermos finalmente rir da situação e não estarmos mais nesse espaço”, diz.

Segundo João, diretor da peça, a produção do trabalho foi complexa e fruto de muito estudo de comédia e técnicas de palhaçaria. Como sua primeira experiência na direção de uma peça, João conta que o processo de criação ainda está em desenvolvimento, com aperfeiçoamento constante. “Tenho essa sensação de realização e que entregamos um bom trabalho, mesmo que ainda estejamos em constante lapidação das cenas”.

Em relação ao tema delicado que é abordado na produção, Quinalha afirma que sente grande responsabilidade em entregar o conteúdo da peça de forma que não seja desconfortável para o público, mas sim, com uma mensagem de otimismo em relação ao futuro. “Quero que o público se sinta acolhido e que haja esperança ao pensarmos que passamos por isso e finalmente podemos encarar o passado de maneira menos aflita, com o alívio de estarmos nos recuperando”, afirma o diretor.

Cartaz da peça. Foto: Reprodução/UFSC

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