Para diretor do CCE, Fábio Lopes, seguir com atividades letivas coloca em risco saúde da comunidade universitária

MAITÊ SILVEIRA

Bebedouros quebrados, banheiros interditados, infiltrações e climatização insuficiente foram pauta da assembleia geral do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na quarta-feira (20). 

A sessão foi convocada pelo diretor do CCE, Fabio Lopes, para que técnicos, professores e estudantes debatessem os problemas estruturais da unidade e a possibilidade de paralisar as atividades da graduação. Hoje, o centro comporta, diariamente, mais de duas mil pessoas, entre alunos, servidores e professores.

Por conta do agendamento de outro evento no auditório do CCE, a assembleia foi realocada para o auditório do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC, e reuniu cerca de 150 pessoas. 

O professor do Departamento de Jornalismo Elias Machado destacou que o sucateamento da Universidade vem ocorrendo há anos, mas que a situação do Centro “não é por falta de recursos, e sim, por falta de competência da Administração Central”.

De acordo com Sergio Romanelli, coordenador de Letras Línguas Estrangeiras e Secretariado Executivo, projetores e climatizadores foram instalados em salas de outros cursos com o dinheiro destinado ao seu departamento. “Emprestamos [a verba] para resolver rápido, por conta da burocracia e lentidão da UFSC em atender às solicitações, mas não dá para continuar assim”.

Outros relatos apontaram goteiras nas salas, falta de água no bloco D da unidade e alunos desmaiando por conta do calor. Para Lopes, não há condições seguir com as aulas devido ao risco à saúde da comunidade universitária. “A graduação tem que parar. Não temos condições de terminar o semestre”, afirma.

A proposta de paralisação não foi um consenso. Os participantes sugeriram quantificar o problema, apontar de que maneira cada curso tem sido afetado e montar um calendário de mobilização.  

Segundo a direção, o Conselho de Unidade será convocado na próxima semana para que os chefes de departamento, coordenadores dos cursos de graduação e pós-graduação, representantes de extensão e pesquisa, servidores técnicos-administrativos e corpo estudantil do CCE se posicionem sobre as propostas e pautas discutidas na assembleia.