UFSC reforça segurança noturna após série de assaltos no campus

Universidade realiza força-tarefa para melhorar iluminação e ampliar vigilância, mas enfrenta cortes orçamentários que comprometem manutenção e obras

CÁTIA SILVA PINTO

Após o registro de novos casos de assalto nas últimas semanas, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) intensificou ações voltadas à segurança no campus Trindade, em Florianópolis. A principal preocupação de estudantes e servidores é a falta de iluminação em pontos estratégicos, especialmente nas áreas próximas ao bairro Carvoeira e ao Centro de Desportos (CDS). Em resposta, a administração da instituição iniciou uma força-tarefa para resolver os problemas mais urgentes.

O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, a escassez orçamentária obrigou a instituição a terceirizar parte dos serviços e priorizar investimentos em permanência estudantil e infraestrutura essencial. “O corte de recursos nas universidades federais chegou a 50% nos últimos dez anos, e isso afeta desde a contratação de servidores até a manutenção básica”, explica.

“Mesmo com essas dificuldades, conseguimos trocar lâmpadas, reforçar a vigilância e autorizar a contratação de novos guardas motorizados”, afirma o reitor.

A universidade também prevê a instalação de novas câmeras e a intensificação das rondas nos acessos ao campus, em parceria com a Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) e a Prefeitura Municipal. “A presença de seguranças e a melhoria da iluminação já dão uma sensação maior de proteção”, avalia Irineu.

Entre os estudantes, a sensação ainda é de receio, como relata a aluna Júlia Mendes, que estuda na UFSC há dois anos. “A gente evita circular sozinha à noite, principalmente nas áreas mais afastadas. É bom saber que estão tomando medidas, mas ainda há lugares muito escuros”, conta.

A UFSC planeja revitalizar áreas degradadas, como os blocos modulados conhecidos como “labirinto”, que pertencem ao Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM). Eles serão demolidos e substituídos por espaços iluminados e abertos. 

Mesmo assim, o reitor alerta que a falta de recursos segue sendo o principal desafio. “O orçamento deste ano já tem um déficit previsto de R$ 30 milhões. Estamos fazendo o possível para manter o campus seguro e funcionando”, argumenta.


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