Centro de Cultura Banco do Brasil São Paulo exibiu acervo com mais de 162 peças datadas entre 900 a.C e 1.600 d.C

MABEL SANTOS

O Centro de Cultura Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) sediou a exposição “Tesouros Ancestrais do Peru”, com mais de 162 peças datadas entre 900 a.C e 1.600 d.C, que retratam o cotidiano e a cultura das civilizações andinas. Dividida em cinco blocos temáticos, a exposição ocupou os quatros andares do CCBB. O acervo dispôs de um conjunto raro de artefatos descobertos em expedições arqueológicas e reconhecidos como patrimônio cultural pelo Ministério da Cultura do Peru.

Os objetos pertencem à Fundação Mujica Gallo e fazem parte do catálogo do Museo Oro del Perú y Armas del Mundo. O evento durou do começo de setembro até 18 de novembro, com entrada gratuita. Ao longo do período de exposição, o local também realizou atividades como oficinas de construção de adereços, leituras e contações de histórias.

A exposição retratou a relação dos povos andinos com a morte, e como crenças e hierarquias sociais refletiam na escolha dos materiais para a confecção das peças, como máscaras funerárias e coroas. Para a visitante Bruna Santos, o que mais chamou atenção foi a qualidade dos objetos. “Era tudo muito bem feito. Um trabalho artesanal muito delicado e rico em detalhes, me impressionou pela época em que foram feitos.”

O Império Inca, originado na região de Cusco, no Peru, foi um dos mais desenvolvidos da antiguidade, com cerca de 12 milhões de habitantes politeístas, tornando-se a maior e mais importante reunião cultural da América do Sul. Segundo os curadores da mostra Patricia Arana e Rodolfo Athayde, a complexidade e elegância dos objetos das civilizações antigas, são reflexo do acúmulo histórico de conhecimento e maestria em diversas técnicas e ofícios.

A mostra também contou com a exibição de obras atuais que ressaltam a importância da preservação do legado e dos conhecimentos ancestrais. Para a terapeuta Cibele de Melo, que estava visitando o local, a exposição possibilitou que as pessoas pudessem conhecer a história do Peru e valorizar a cultura da América do Sul. “A gente está acostumado com a Europa, mas existe uma cultura milenar aqui.”