Alunos de Engenharia Química e de Alimentos da UFSC se dividem sobre adesão à greve estudantil
Nova assembleia será realizada hoje (16) para discutir continuidade da paralisação
PEDRO FATTAH E RAFAEL CARDOSO
Estudantes dos cursos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos (EQA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do campus Trindade, em Florianópolis entraram em divergência quanto à adesão à greve estudantil. Na quinta-feira (9), o Centro Acadêmico Livre de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos (CALEQA) liderou uma assembleia geral dos estudantes do curso, em que foi decretada greve estudantil, por 22 votos a favor e 14 contra.
Apesar do resultado favorável à paralisação, alunos que não participaram da votação se mostraram contrários à greve. Cerca de 70 pessoas se mobilizaram em um grupo no WhatsApp para que haja uma nova assembleia. E, mesmo com o estado de greve, alguns estudantes frequentam as aulas do curso.
A estudante de Engenharia Química Giovanna Andrade explica os possíveis fatores para a baixa presença de alunos na assembleia. “Houve pouco tempo de divulgação e, possivelmente, os meios [de divulgação] que usaram não atingiram nem 80% dos estudantes. Quanto ao horário das 18h30, muitas pessoas ainda estão nas suas atividades obrigatórias do dia”, argumentou a discente.
Giovanna relata que a Assembleia foi realizada exclusivamente na modalidade presencial, o que incomodou estudantes que não puderem participar de forma online. Para ela, a adesão à greve é prejudicial ao cotidiano dos universitários. “Não estamos amparados pela lei, as consequências acadêmicas podem ser várias. Baseada na minha realidade, [sendo] estudante vinda de fora de Santa Catarina, a greve traz muitos prejuízos acadêmicos, financeiros e emocionais”, explica.
Em contrapartida, os estudantes favoráveis à greve mantêm seu posicionamento. A diretora de assuntos do CALEQA, Gabriela Melo, reforça a importância da paralisação. “Pensando como ser individual, não gostaria que a greve acontecesse, mas visto que existem inúmeros problemas que precisam de uma melhoria, acho um momento propício de luta coletiva”, afirma.
As reivindicações dos alunos envolvem a solução de problemas estruturais, a manutenção de equipamentos e a alteração da normativa nº 017/CUn/97, que regulamenta os cursos de graduação na UFSC.
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