Rio Itajaí-Açu causa estragos no município de Rio do Sul

Enchente atingiu 11,86 metros e deixou a cidade 15 dias inundada

CAMILA ELOISA

Enchente que atingiu Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, no início de outubro, deixou mais de 11 mil pessoas desalojadas, 1,4 mil desabrigadas, 23 bairros alagados, escolas e postos de saúde sem atendimentos por uma semana e uma morte registrada. Vinte e dois abrigos seguem abertos, com 1,2 mil pessoas.

A Prefeitura Municipal de Rio do Sul afirmou que o Canoas, por ser um bairro ribeirinho, foi o mais atingido. Alguns pontos turísticos da cidade localizados no Canoas, como o estádio municipal Alfredo João Krieck, o parque municipal Harry Hobus, o mercado público e a pista de skate foram inundados.

A ponte que dá acesso do bairro Bremer ao Navegantes, a da Barra do Trombudo ao Pamplona, e a do Canta Galo ao Jardim América  estão interditadas. Mais de 300 ruas da cidade foram alagadas e estão com a tubulação entupida.

Ponte de acesso do Canta Galo ao Jardim América, após ser atingida pela cheia. Foto: Camila Eloisa

Almira Haskel, moradora do Bela Aliança, um dos bairros atingidos pela cheia, conseguiu retirar seus móveis de casa por conta da divulgação da previsão do tempo. “Na enchente de 2011, por exemplo, fomos muito mal informados. Nessa foi diferente. Nós acompanhamos o meteorologista Ronaldo Coutinho e conseguimos nos prevenir.”

Apesar de salvar seus móveis, Almira teve a casa danificada pela lama e o lodo. “Estamos num intenso trabalho de limpeza. O assoalho, as portas, as paredes e o forro estão inchados”, afirma a moradora. Desde o dia 4, Almira e sua família estão no abrigo da Capela São Sebastião, no Bela Aliança.

Residência de Almira Haskel após enchente. Foto: Arquivo pessoal/Almira Haskel

A Assistência Social de Rio do Sul é responsável pelos abrigos municipais. Os serviços prestados são alojamento dos indivíduos, transporte de pertences, alimentação e resolução de conflitos familiares.

Patricia Sarda, assistente social que está acompanhando o abrigo Lions, no bairro Progresso, afirma que o principal desafio está no trato de pessoas com deficiência ou transtorno mental. “Um caso muito marcante é o de uma mãe que não compreende as necessidades da filha com deficiência intelectual. A menina tenta se expressar, mas nem sempre é compreendida pela equipe, e sofre agressões da mãe por desprezo”.

“Outra situação é de uma senhora de 85 anos que foi sozinha para o abrigo, usa andador e fralda. Foi cuidada por uma estranha. Suas fraldas foram trocadas por alguém que nunca tinha visto”, complementa a assistente social.

A prefeitura municipal avalia a doação de colchões e móveis para os mais afetados, e está garantindo comidas nos abrigos e o acompanhamento das pessoas por parte da Secretaria de Saúde, da Assistência Social, da Fundação Cultural de Rio do Sul (FCRS) e da Fundação Municipal de Desportos (FMD).

Foi realizada uma operação de limpeza das ruas com caminhão pipa. É orientando a população para não ingerir água e alimentos contaminados e manter o esquema vacinal em dia. 

Limpeza da rua Ana Nery, no bairro Santana. Foto: Camila Eloisa

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Ana Sampaio

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