Pandorgas e cartazes integram mostra sobre representatividade africana na UFSC
Mostra é gratuita e ocorre no Centro de Cultura e Eventos até 23 de junho
MARIA VICTÓRIA SAMPAIO
Pipas coloridas feitas a mão que remetem às bandeiras de países da África e cartazes que trazem dados sobre a presença de representatividade africana no âmbito universitário integram a exposição “Pandorgas pela África”, organizada por membros do Instituto Kadila de Estudos Africanos e das Diásporas, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
De acordo com Nsimba José, angolano que faz doutorado em Literatura na UFSC e participa da exposição, as pandorgas são parte da tradição cultural da África. “Exposições como essa, que apresentam à sociedade a arte e outros elementos culturais dos diversos países africanos, facilitam a troca de conhecimentos e socialização“, diz ele.
A mostra, que é gratuita e aberta ao público, está no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, no campus Trindade, em Florianópolis, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, até 23 de junho.
A organizadora do evento, professora Ilka Boaventura Leite, do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar de Ciências Humanas (PPGICH) da área de África e suas Diásporas da UFSC, diz que a exposição foi idealizada para celebrar o dia internacional da África, comemorado em 25 de maio.
Durante o mês, também ocorreram oficinas gratuitas de confecção de pandorgas e atividades temáticas, como seminário de línguas africanas. “É uma oportunidade de mostrar o que a universidade produz sobre o continente africano e o conhecimento compartilhado através de dissertações e teses sobre o assunto”.
Para Ilka, a mostra é uma maneira de homenagear e valorizar a presença dos estudantes africanos na universidade e incentivar a interação desse coletivo com a comunidade estudantil brasileira.
“Por meio do aspecto lúdico da exposição, o público é atraído para prestigiar o movimento e percebe a importância desse intercâmbio de cultura com alunos vindos da África, um tópico não muito abordado no dia a dia”, diz a professora.
Nsimba José observa que, mesmo que a universidade ofereça programas que promovam a inclusão, a UFSC apresenta dificuldades em relação a recepção de alunos estrangeiros. “Ainda é uma universidade elitizada, com muito conteúdo eurocêntrico trabalhado nas salas de aula”, afirma.
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