Única escola de oleiros da América Latina mantém tradição viva em São José
Aulas de cerâmica com metodologia diferente acontecem durante a semana. Espaço é aberto para visitas aos sábados
MARIA CLARA DE FARIAS
A Escola de Oleiros Joaquim Antônio Medeiros, na Ponta de Baixo, em São José, é a única escola que utiliza a roda de oleiro para ensinar o manuseio de cerâmica na América Latina. As aulas acontecem entre segunda e quinta-feira, e o espaço fica aberto para visitas aos sábados. A tradição chegou a São José pela imigração açoriana, há 275 anos atrás.
Fundada em 1992, a escola recebe quase 200 alunos por ano. As aulas acontecem nos três períodos do dia: manhã, tarde e noite, e têm duração de duas horas. A formação dura dois anos e após a finalização do curso os alunos, agora oleiros, podem abrir seus próprios ateliês e tornar a cerâmica seu ofício ou ensinar a arte a outras pessoas. O nome da escola é uma homenagem a Joaquim Medeiros, que construiu o prédio onde fica a Escola de Oleiros em 1918. Na época, o espaço era utilizado como uma olaria.
A metodologia da Escola de Oleiros Joaquim Antônio Medeiros é o que a diferencia de outras escolas de cerâmica latino americanas. Tereza Bez, coordenadora, explica que a escola é a única que utiliza do método de ensino tradicional com a roda de oleiro, também conhecido como torno.

Da terceira geração de oleiros de sua família, Ilson dos Santos começou a produzir peças de cerâmica com 12 anos, e há 23 é professor da Escola de Oleiros. Um dos responsáveis pela criação da escola foi seu pai, Duca, oleiro da Ponta de Baixo.
Ilson é o responsável pelo curso Roda Tradicional de Oleiro, mas explica que a escola oferece ainda outros dois cursos: Modelagem Figurativa, voltado à produção de imagens do folclore, presépios e outras figuras, e Modelagem Acordelada, técnica que tem início com uma “corda” de argila.
Desde o dia 3, a Escola de Oleiros está aberta para visitas. A abertura faz parte do projeto Roteiro da Memória, da prefeitura de São José. Aos sábados, pontos turísticos como o Theatro Adolpho Mello e o Museu Gilberto Gerlach, e a própria escola de oleiros, estarão abertos ao público das 9h às 17h.
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